Dúvidas frequentes

Tratamento da dor

A dor é uma ocorrência frequente após a realização de procedimento cirúrgico, manifesta-se com diferentes intensidades: dor leve, moderada, intensa ou insuportável e transmite sensações variadas como ardor, pontada, queimação, latejamento, choque, corte, pressão ou formigamento. Quando sabemos apontar a sua localização chama-se dor localizada e quando não conseguimos descrever com precisão a sua localização chama-se dor difusa. Sabemos que este sintoma gera alterações emocionais e causam desconforto, gerando ansiedade, podendo aumentar o período de internação.
Lembre-se: Sempre que sentir dor solicite o auxílio de um profissional de saúde.

Avaliação pré-anestésica

A avaliação pré-anestésica é o momento onde o médico anestesiologista tem seu primeiro contato com o paciente, para avalia-lo, avaliar seus exames já solicitados pelo cirurgião, e/ou indicar novos exames para liberação ou não do procedimento cirúrgico.
A avaliação pré-anestésica é obrigatória para todos os pacientes submetidos a procedimentos agendados, necessários para diagnósticos e/ou intervenções.
A checagem do tempo de jejum deve ser realizada em todos os procedimentos de acordo com o protocolo de jejum de cada instituição.
A definição da medicação pré-anestésica ocorre após a avaliação e deve ser administrada após o esclarecimento e consentimento do paciente ou responsável em relação à anestesia planejada.

Termo de consentimento

O consentimento informado representa uma manifestação expressa da autonomia do paciente, ao desejo de ser anestesiado segundo as orientações apresentadas pelo anestesiologista.
O anestesiologista é responsável por orientar o paciente, assim como seu responsável legal, quanto aos riscos, benefícios do procedimento anestésico e imediatamente solicitar a assinatura do Termo de Consentimento, que deverá ser preenchido antes dos procedimentos agendados.

Exames

O médico cirurgião solicita exames importantes para consulta do anestesiologista realizada através da avaliação pré-anestésica, que ocorre antes da cirurgia.
É imprescindível a realização dos exames pelo paciente até a data da consulta com o anestesiologista. A não realização pode ocasionar o cancelamento da cirurgia.

Jejum pré-operatório

O jejum é obrigatório para todos os pacientes que se submetem à cirurgia com objetivo de garantir a sua segurança e evitar intercorrências desagradáveis no momento que você estiver sedado.
Para que isso seja realizado com sucesso, existe um protocolo que informa a quantidade de horas que você ficará em jejum antes da cirurgia. O não cumprimento desta regra torna-se passível de cancelamento da cirurgia, com objetivo de garantir a segurança de nossos pacientes.
O tempo exato de jejum para paciente com condições especiais será determinado pelo médico cirurgião ou em avaliação pré-anestésica.
O paciente diabético deverá ter cuidados especiais quando inserido no protocolo de jejum.
O controle glicêmico deverá ser monitorado regularmente e a utilização de hipoglicemiantes orais e insulinas deverão ser suspensas antes do procedimento cirúrgico conforme orientação médica ambulatorial ou hospitalar.

Uso de acessórios e cosméticos

Posso utilizar adereços e cosméticos durante a cirurgia?

Essa é uma pergunta bastante frequente antes de procedimentos. Por isso, vamos dar algumas recomendações importantes acerca do tema.

❌ 💇🏻‍♀️ Cílios postiços e apliques se cabelo são compostos por materiais que podem provocar queimaduras durante o uso do bisturi elétrico.

❌ 💅🏻Esmaltes escuros e unhas em gel interferem na leitura do oxímetro de pulso, tipo de monitorização imprescindível durante uma cirurgia, e que mede os níveis de oxigênio no sangue. Optar por esmaltes de cor clara.

❌💍 Piercings, anéis, brincos, colares, etc, devem ser retirados antes do procedimento, para evitar perdas e possíveis queimaduras relacionadas ao bisturi elétrico.

❌👁👁 Lentes de contato não devem ser utilizadas pelo risco de perda, além de abrasão de córnea durante o procedimento.

❌🦷 Próteses dentárias devem ser removidas para evitar lesões na cavidade oral e complicações durante a indução anestésica.

⚠️ 💄Evitar o uso de maquiagem ou dar preferência a produtos leves, já que a coloração da pele é um dos parâmetros observados durante o procedimento.

Todas as orientações acima garantem uma cirurgia e anestesia mais seguras. 

Tipos de anestesia

Todos os tipos de anestesia são administrados para tirar a sua dor e manter o seu conforto durante cirurgias, procedimentos médicos ou exames. Mas há diferenças entre técnicas que você precisa conhecer. O tipo de anestesia que você receberá pode depender de fatores como: o tipo de procedimento, o estado da sua saúde e sua preferência pessoal (sempre que possível).

Anestesia geral

A anestesia geral tem como objetivo induzir ao sono profundo (hipnose), suprimir a dor (analgesia) e imobilidade para a realização do procedimento cirúrgico. A anestesia geral pode ser realizada através da injeção de medicamentos na veia (anestesia geral venosa), através da inalação de gases anestésicos (anestesia geral inalatória) ou a combinação de ambos (anestesia geral balanceada).

Sedação

Uma forma comum de manter um paciente confortável em uma cirurgia que não necessite de anestesia geral é a sedação, que deixa você relaxado, podendo até fazer você dormir durante uma cirurgia. A sedação é geralmente usada em cirurgias menores, menos complexas, em que o paciente necessita de pouca analgesia ou esta será realizada por outro método (como anestesia local, raquianestesia, etc).
Procedimentos usando sedação podem ser feitos em hospitais, clínicas como Day-hospital ou em consultórios de dentistas devidamente autorizados e aparelhados conforme legislação.
A sedação é feita geralmente com mediações na veia. Dependendo do procedimento a sedação pode ser em níveis mínimos (você vai se sentir mais tranquilo e vai conseguir conversar) até níveis mais profundos (você provavelmente não irá lembrar do procedimento). Níveis moderados ou profundos de sedação podem diminuir o ritmo respiratório, muitas vezes necessitando de oxigênio, porém você não vai estar tão inconsciente como se estivesse sob anestesia geral e pode se lembrar de alguns momentos da cirurgia.
A maioria dos pacientes acorda rapidamente após o término do procedimento. Os efeitos colaterais possíveis incluem cefaleia, náusea, vômitos e tontura mas você vai, provavelmente, experimentar menos efeitos colaterais e vai se recuperar mais rapidamente do que se estivesse recebido uma anestesia geral.

Anestesia regional

Anestesia regional é um tipo de controle de dor que deixa uma grande área do corpo dormente, como um braço, uma perna ou da cintura pra baixo. A medicação é aplicada por injeção em regiões que variam de acordo com a área a ser anestesiada.
A raquianestesia é geralmente usada para cesáreas e partos. Ela permite que a mãe fique acordada sem sentir dor e ainda evita receba a medicação por veia de sedação ou anestesia geral que podem ter efeitos colaterais no bebê. Muitas outras cirurgias na parte inferior do abdome e pernas também podem receber esse tipo de anestesia.
A anestesia regional é bastante segura e, quando bem indicadas, podem ter menos complicações e efeitos colaterais que em uma anestesia geral. Como qualquer procedimento médico também possui algum risco e, por isso, é importante que você conte com um médico anestesiologista capacitado.
Tipos de anestesia regional:
Raquianestesia: é a mais comum de todas as anestesias regionais. Com ajuda de uma agulha bem fina o médico anestesiologista vai aplicar anestésico no líquido que envolve a medula espinhal. Assim o anestésico vai bloquear os nervos e você não vai sentir dor no local em que ocorrerá a cirurgia, porém o paciente perderá temporariamente a movimentação das pernas.
Peridural: com uma agulha o anestesiologista vai aplicar uma medicação em volta da medula espinhal. Da mesma forma que na raquianestesia você não vai sentir o local a ser operado, porém via perder temporariamente a movimentação das pernas.
Bloqueio de nervos periféricos: o médico anestesiologista vai injetar anestésico em nervos que trazem as informações de dor da área a ser operada. Assim você não sente dor, mas também pode perder temporariamente a movimentação dessa área. O anestesiologista pode encontrar esses nervos por conhecimento anatômico da região, através do uso de ultrassonografia ou com uso de um aparelho estimulador de nervos.

Anestesia local

Vários tipos de cirurgia podem ser feitos sem dor e de forma segura enquanto você se mantém acordado. A anestesia local é uma injeção única de medicamento que adormece uma pequena parte do corpo. É usada para procedimentos como biópsia, retirada de pequenas lesões ou para dar pontos em um corte. Você vai estar acordado e alerta e pode até sentir pressão ou a mão do médico, mas não sentirá dor no local. Eventualmente pode ser associada uma sedação para maior conforto.

Riscos da anestesia

Nos dias de hoje, a anestesia é muito segura, porém efeitos colaterais e complicações são possíveis durante e depois do procedimento. A maioria são complicações pouco graves e sem sequelas, porém complicações graves podem ocorrer, principalmente em cirurgias de grande porte, pacientes com doenças graves ou mal controladas.
O mais importante para diminuir o risco em anestesia é ter um médico anestesista capacitado envolvido no seu cuidado anestésico.
Antes da cirurgia, converse com um anestesiologista para discutir seu estado de saúde, hábitos, medicações que usa, estilo de vida e problemas que possam ter ocorrido em anestesias prévias. Essas informações vão ajudar o médico anestesista a saber como você pode reagir às medicações anestésicas e, assim, diminuir os riscos previsíveis. Esse encontro é também um bom momento para tirar dúvidas e compreender o que esperar da sua anestesia.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns são:
Náuseas e vômitos: são frequentes e podem ocorrer nas primeiras horas ou dias após a cirurgia. Podem ser iniciados por uma série de fatores como medicação, movimento ou tipo de cirurgia.
Irritação na garganta: o tubo que é usado na garganta em anestesias gerais para ajudar você a respirar enquanto estiver inconsciente pode levar a essa sensação após ser removido. Geralmente essa irritação melhora com medicação e passa em 24 a 48 horas.
Delírio pós-operatório: confusão mental ao acordar da anestesia é muito comum, mas para alguns tipos de paciente (idosos particularmente) essa confusão pode durar vários dias, podendo chegar a meses. É possível, principalmente em idosos, que pequenas alterações de memória e comportamento não sejam recuperadas. Ter uma pessoa próxima pode ajudar no caso de pacientes desorientados, assim como algumas coisas simples como recolocar óculos ou aparelhos de audição assim que puder, ter fotos e objetos de família, relógios e calendário no quarto.
Dores musculares: a medicação para relaxar seus músculos durante anestesia geral ou o tubo que é usado para ajudar você a respirar podem causar esses sintomas.
Coceira: é um efeito colateral comum de um tipo de medicação usada para tirar a dor em anestesia geral, regional ou sedação.
Tremores: ocorrem em até metade dos pacientes quando acordam da anestesia geralmente pela perda de calor durante o procedimento.
Dor de cabeça: Várias são as causas de cefaleia no período após a anestesia (às vezes pode começar até antes!). O medo, a ansiedade, o aumento da pressão arterial e até mesmo o jejum podem desencadear a dor de cabeça, principalmente em pessoas que já são portadoras de enxaqueca. Algumas medicações, o posicionamento para a cirurgia, o tempo cirúrgico, colchões e travesseiros diferentes dos habituais podem contribuir. A temida cefaleia pós-raqui ocorre em menos que 0,5% dos casos, com dor mais intensa por volta do 4° dia e termina espontaneamente entre uma e duas semanas, na grande maioria dos casos. Não há como prever que vá ocorrer, mas sabemos que é mais comum em jovens e mulheres. Existem alguns tipos de tratamento clínico e invasivo para atenuar ou solucionar o problema.
Dificuldade de urinar: após uma anestesia você pode ter dificuldade para urinar. Se estiver em casa e começar a apresentar dor intensa sem conseguir urinar você deve retornar ao hospital onde foi operado para que isso seja tratado por um médico
Hematoma: sangramento embaixo da pele pode ocorrer no locar de injeção de anestésicos.
Alergias: elas geralmente são causadas por mediações e, mesmo que você já tenha tomado várias vezes uma mesma medicação sem apresentar alergia, essa reação ainda pode aparecer pela primeira vez durante uma anestesia. Porém se você já apresentou reação alérgica a alguma medicação é importante avisar seu médico anestesiologista.
Crise de bronquite: também conhecida como broncoespasmo é mais comum em pacientes que fumam e em pacientes com bronquite, porém podem acontecer em pacientes que nunca apresentaram crise. Geralmente é de fácil tratamento, mas pode dificultar o manejo anestésico se for uma crise grave.

Complicações mais raras

Complicações mais raras, porém, mais graves:

Disfunção cognitiva: em alguns casos a confusão e a perda de memória pode durar algumas horas ou dias. Uma condição chamada Disfunção Cognitiva Pós-operatória pode levar a perda de memória de longo prazo e problemas de aprendizado em alguns pacientes. É mais comum em pacientes idosos ou em pacientes com alguma doença prévia como Doença de Parkinson, Alzheimer ou doenças do coração. Pessoas que já tiveram derrame (Acidente Vascular Cerebral) no passado também apresentam risco aumentado. É importante avisar seu anestesista caso já tenha apresentado um quadro assim.

Hipertermia Maligna: algumas pessoas herdam essa reação à anestesia que pode ser grave e potencialmente fatal. Ela ocorre durante a anestesia causando uma febre que aumenta rápido e contração muscular contínua. Se você ou algum familiar seu já teve algo parecido com esse caso ou qualquer outra complicação em anestesias no passado, é importante contar isso ao seu médico anestesiologista. Muitas vezes uma investigação pode ser feita antes do início da sua próxima anestesia.

Choque anafilático: é uma reação alérgica grave que ocorre muito raramente. Afeta o corpo todo do paciente fazendo com que a pressão do paciente caia a níveis muito baixos podendo levar a parada cardíaca e morte. É muito importante que o paciente relate ao médico anestesiologista todas as reações alérgicas que já apresentou durante a vida para que o risco de uma situação dessas seja diminuído.

Pneumotórax: quando a anestesia é aplicada próximo aos pulmões, a agulha pode, acidentalmente, perfurar um deles. Isso pode causar o colapso do pulmão perfurado causando falta de ar e dor no peito. Esta complicação também pode ocorrer por problemas pulmonares do paciente ou por lesões cirúrgicas. A colocação de um tubo entre as costelas pode ser necessária para aliviar a pressão e permitir que o pulmão volte ao normal. Se isso for necessário não se preocupe, você receberá anestesia no local para não sentir dor.

Lesão de nervos: apesar de bastante rara, a lesão nervosa pode ocorrer, inclusive por manipulação cirúrgica. Essa lesão pode ser temporária ou permanente e pode levar a dor ou dormência no local inervado pelo nervo lesado ou até a perda de movimentos daquele local. Caso isso aconteça é importante voltar ao hospital onde foi anestesiado para que os médicos possam investigar.

Lesão neurológica grave com perda de movimentos e até paraplegia podem ocorrer em decorrência de lesões relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico.

Déficit visual pode ocorrer temporária ou definitivamente, incluindo cegueira. Isso pode ocorrer devido a substâncias utilizadas durante o procedimento, em algumas cirurgias de coluna e nem sempre podem ser evitadas.

Infarto do coração: também conhecido como infarto do miocárdio também pode ocorrer durante uma anestesia. Pessoas que já apresentem doenças como pressão alta, diabetes, pacientes fumantes ou com familiares próximos com doença cardiovascular têm risco maior para essa complicação.

Parada cardiorrespiratória e/ou morte durante um procedimento anestésico são bastante raras, geralmente relacionadas a cirurgias de emergência,  pacientes em estado grave de saúde e cirurgias de grande porte.

Mitos, Verdades e Medos

A anestesia tem como objetivo suprimir a dor (analgesia) e promover imobilidade para a realização do procedimento cirúrgico e, às vezes, induzir sono (hipnose ou sedação).
É comum que os pacientes tenham medo de possíveis complicações no momento da anestesia, mas é importante ressaltar que estes problemas são raros.
Segundo a Sociedade Americana de Anestesiologia, até 25% dos pacientes adiam uma cirurgia por receio de algum risco relacionado à anestesia e mais de 75% expressam preocupação em relação ao procedimento. Os grandes medos são: acordar durante a cirurgia ou não acordar após o final da operação, morrer durante a anestesia. Todas essas complicações realmente podem ocorrer, mas a chance é extremamente baixa. A evolução tecnológica dos equipamentos e medicações, diminuíram muito a ocorrência de complicações.
Nosso objetivo é oferecer aos pacientes informações adequadas, oportunas, esclarecendo mitos e verdades sobre o procedimento anestésico a fim de limitar a ansiedade.
Verifiquem alguns mitos e verdades sobre a anestesia:.

Verdades

1. A consulta pré-anestésica preferencialmente deve ser realizada antes do agendamento do procedimento. Esta avaliação é de extrema importância para facilitar o sucesso do procedimento.

2. O anestesista deve realizar uma avaliação minuciosa do paciente na consulta pré-anestésica, a existência de possíveis doenças crônicas, a capacidade do paciente em tolerar esforço físico, história de anestesias anteriores do pacientes e familiares próximos, solicitar exames quando necessários. Devem ficar esclarecidas todas as dúvidas sobre jejum, uso de medicamentos e quaisquer outras dúvidas que o paciente tenha sobre o procedimento anestésico.

3. Existem alguns medicamentos que podem reagir com os anestésicos no momento do procedimento. Por isso, os pacientes devem informar ao médico todos os medicamentos que estão tomando, inclusive fórmulas “naturais”, fitoterápicos. Deve também informar sobre tabagismo, etilismo, uso de drogas.

4. Na anestesia pode ocorrer o choque anafilático uma reação alérgica grave, mas este problema é tratado no centro cirúrgico e tem boa chance de ser revertido.

5. Todo procedimento médico possui riscos que aumentam conforme a complexidade da cirurgia e as doenças que o paciente apresenta mas, ainda assim, os riscos são muito menores que no passado.

Mitos

1. Acreditar que o choque anafilático tem grandes chances de ocorrer, ou que é sempre fatal.

2. Acreditar que existe indicação para se pesquisar alergia a medicamento anestésico em todos os pacientes.

3. A anestesia geral é perigosa.

4. Raquianestesia pode provocar dor lombar e/ou cefaleia para sempre (essas situações normalmente se resolvem em alguns dias).

5. Não se pode levantar o pescoço nas primeiras horas após uma raquiantestesia.

6. “É só um cheirinho!” (trata-se de uma anestesia geral inalatória!)

7. “Anestesia é perigosa!” (na população geral, a mortalidade relacionada à anestesia é inferior a 0,5 para cada 100.000 casos.

Carta de Direitos e Deveres do Paciente

Para muitos, o anestesiologista é um profissional cuja função é apenas de fazer o paciente dormir durante uma cirurgia ou exame. Porém, suas responsabilidades vão muito além. Enquanto o cirurgião opera, o anestesiologista cuida do paciente, mantendo seus parâmetros vitais durante a operação, tratando complicações como hemorragias, infarto, choque, paradas cardíacas. Sua atuação começa no momento em que realiza a avaliação pré-anestésica e só termina quando ele se encontra totalmente recuperado da anestesia ou é encaminhado a uma unidade de terapia intensiva. Também é papel do anestesiologista realizar o tratamento da dor pós-operatória e atender casos não cirúrgicos em que o paciente sofre com dores crônicas.
Para realizar essas funções, o anestesiologista forma-se em medicina e, obrigatoriamente, precisa fazer um curso de especialização em Anestesiologia que dura, no mínimo, três anos e que o torna apto para o exercício da especialidade.
A formação dos anestesiologistas é bastante eclética, abrangendo áreas como cardiologia, clínica médica, pneumologia, terapia intensiva e outras mais, com a finalidade de transformar o ato anestésico-cirúrgico no mais seguro possível para o paciente.

Patient’s charter of rights and duties

For many people, the anesthesiologist is a professional whose job is simply to make the patient sleep during a surgery or examination. However, their responsibilities extrapolate anesthesia. While the surgeon operates, the anesthesiologist takes care of the patient, maintaining the vital parameters during the procedure , dealing with complications like bleeding, myocardial infarction, shock, cardiorespiratory arrest. In the surgical act, his performance begins when he pre-anesthetizes the patient in the bedroom and only ends when he is fully recovered from anesthesia or is referred to an intensive care unit.
It is the role of the anesthesiologist to perform the treatment of postoperative pain and to attend non-surgical cases in which the patient suffers from chronic pain.
To perform these functions, the anesthesiologist is trained in medicine and must necessarily take a course of specialization in Anesthesiology that lasts for at least three years and which makes it suitable for the practice of the specialty.
The formation of anesthesiologists is quite eclectic, covering areas such as cardiology, general medicine, pneumology, intensive care and others, with the sole purpose of transforming the anesthetic-surgical act as safe as possible for the patient.

Modelo de termo de consentimento

Direitos do paciente

1. Ter acesso à anestesia em todas as situações em que for indicada, bem como a medicações e procedimentos que possam aliviar a dor e o sofrimento;

2. Saber o nome, a categoria profissional, a especialidade, a função e o cargo de quem lhe está prestando assistência;

3. Receber informações claras e objetivas sobre tratamentos propostos, riscos, alternativas de tratamento e prognósticos;

4. Ter oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o procedimento anestésico a que será submetido e possíveis complicações e/ou efeitos adversos que possam acontecer e que são inerentes a técnica;

5. Decidir se seus familiares e acompanhantes deverão ser informados sobre seu estado de saúde;

6. Autorizar um representante legal ou familiar, formalmente, para que tenha acesso às informações citadas no item anterior;

7. Recusar procedimentos e/ou terapêuticas e revogar consentimentos anteriores;

8. Solicitar uma segunda opinião médica;

9. Confidencialidade e sigilo profissional de toda e qualquer informação pessoal de acordo com a legislação vigente;

10. Individualidade, privacidade e conforto de acordo com a situação clínica e infraestrutura disponível;

11. Bem-estar psíquico e emocional;

12. Não sofrer qualquer espécie de discriminação, inclusive por seus valores éticos, culturais e/ou religiosos;

13. Avaliação, orientação e manejo da dor durante o período da assistência anestésica;

14. Ter direito às informações de seu prontuário e receber resultados dos exames que desejar;

15. Acessar as contas referentes às suas despesas particulares;

16. Garantir sua integridade física e segurança do procedimento, na medida em que as instalações possibilitem;

17. Ter acesso aos médicos responsáveis pela sua anestesia, mesmo após a alta, para esclarecer eventuais dúvidas.

18. Apresentar seu testamento vital pessoalmente ou por procurador, devidamente, constituído – com os tratamentos que deseja e não deseja receber – para apreciação da equipe e que poderá ser levado em consideração de acordo com a política da instituição hospitalar e normas legais vigentes à época.

Deveres do paciente

1. Fornecer informações precisas e completas sobre assuntos relacionados à sua saúde;

2. Seguir as instruções fornecidas pelos profissionais responsáveis pelo seu tratamento;

3. Responsabilizar-se quando da recusa em receber tratamento ou seguir orientações da equipe assistencial;

4. Cumprir os regulamentos da Instituição e preservar os recursos da Instituição e do ecossistema;

5. Respeitar os direitos dos demais pacientes e dos profissionais da Instituição.

Patient's rights

1. Access to anesthesia in all situations where it is indicated, as well as medications and procedures that can relieve pain and suffering;

2. To know the name, the professional category, the specialty, the function and the position of the one who is assisting him;

3. To receive clear and objective information about proposed treatments, risks, treatment alternatives and prognoses;

4. To have the opportunity to clarify doubts about the anesthetic procedure to which will be submitted and possible complications and / or adverse effects that may occur and which are inherent to the technique;

5. To decide if your family members and companions should be informed about your state of health;

6. To authorize a legal or familiar representative, formally, to have access to the information mentioned in the previous item;

7. To declare procedures and / or therapeutics and revoke previous consents;

8. To request a second medical opinion;

9. Confidentiality and professional secrecy of any and all personal information;

10. Individuality, privacy and comfort;

11. Psychic and emotional well-being;

12. Not to suffer any kind of discrimination, including for their ethical, cultural and / or religious values;

13. Evaluation, orientation and management of pain during the period of anesthesia care;

14. To have the right of the information of his medical record and to receive results of the examinations that he wishes;

15. To access the bills relating to your particular expenses;

16. To ensure your physical integrity and procedural safety, as long as facilities allow;

17. To have access to the doctors responsible for your anesthesia, even after discharge, to clarify any doubts.

18. Present your living will in person or by a proxy – with the treatments you want and do not want to receive – for the team’s appreciation and that can be taken into consideration according to the hospital institution’s policy and current legal regulations at the time.

Patient's duties

1. To provide accurate and complete information on matters related to your health;

2. To follow the instructions provided by the professionals responsible for your treatment;

3. To take responsibility when refusing treatment or following guidelines of the care team;

4. To Comply with the regulations of the Institution and preserve the resources of the Institution and the ecosystem;

5. To Respect the rights of other patients and the institution’s professionals.

Protocolos assistenciais

A DG, preocupada com a qualidade do atendimento, desenvolveu protocolos com o objetivo de padronizar condutas e permitir a observação dos resultados do serviço prestado. Eles são monitorizados por meio de auditoria interna e por indicadores de eventos adversos e são atualizados periodicamente de acordo com novas evidências.
Abaixo, segue um breve resumo.

Protocolo de avaliação pré-operatória

Os pacientes devem ser submetidos a Avaliação Pré-Operatória, como condição prévia à realização de qualquer anestesia. Em procedimentos eletivos, recomenda-se que a avaliação seja realizada em consulta médica anterior a admissão hospitalar. Já nos casos de cirurgias de urgência, a avaliação deverá ocorrer no período pré-operatório imediato, buscando sempre assegurar a privacidade do paciente.
Importante ressaltar que, avaliação pré-operatória aumenta o conhecimento do anestesiologista acerca da condição clínica do paciente, facilitando a elaboração do plano de manejo anestésico no período perioperatório e garante que o paciente seja submetido à anestesia para o procedimento proposto de forma segura ao reduzir o os riscos de complicações perioperatórias. Além do mais, durante a consulta o anestesiologista pode solicitar parecer de outros especialistas para obter informações relevantes para o cuidado no manejo anestésico. Deve-se também obter o consentimento livre e esclarecido que é específicos para anestesia, além de orientar sobre cuidados perioperatório, reduzindo a ansiedade e facilitando a recuperação.
Este protocolo tem o objetivo estabelecer a padronização da avaliação pré-operatória, a fim de garantir que o procedimento anestésico e cirúrgico ocorra com segurança.

Protocolo de via aérea difícil

Segundo definições da Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA), a via aérea difícil (VAD) é definida como a situação clínica em que um anestesiologista treinado tem dificuldade em intubar o paciente, manter a ventilação manual com máscara facial ou ambos.
Com efeito, a dificuldade em manter o controle das vias aéreas é um problema grave, já que uma inadequada oxigenação tecidual pode ter consequências dramáticas ao paciente. Dessa forma, se faz necessário que o profissional reconheça precocemente esse problema, agindo em tempo hábil, a fim de evitar danos ao paciente, tais como: óbito, lesão cerebral, traqueostomia desnecessária e parada cardiorrespiratória.
Sendo assim, o Protocolo de Via Aérea Difícil visa garantir uma melhor segurança na assistência ao paciente, através de uma avaliação criteriosa com todos os processos e requisitos necessários para identificar a via aérea difícil.

Protocolo de hipertemia maligna

A Hipertemia maligna é uma Síndrome de origem fármaco-genética, autossômica dominante, hereditária e latente, manifestada quando o seu portador é submetido a um ou mais fatores desencadeantes durante uma anestesia geral.
É caracterizada por uma síndrome hipermetabólica em resposta à exposição aos anestésicos voláteis (halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano e desflurano) e/ou succinilcolina, havendo um hipermetabolismo da célula muscular esquelética que pode levar a sua destruição, devido ao desarranjo da homeostase intracelular do cálcio. Assim, provoca uma hiperatividade contrátil, hidrólise do ATP, hipertermia, acarretando um grande consumo de energia e aumento de produção de CO² com consequências bioquímicas e hematológicas, que podem evoluir para choque irreversível, colapso cardiovascular até a morte.
Este protocolo objetiva orientar e padronizar as condutas da equipe multiprofissional na ocorrência de episódios de Hipertermia Maligna, uma vez que, o prognóstico depende da rapidez com que a crise é identificada e tratada, pois com reconhecimento e tratamento precoce, a taxa de mortalidade chega a ser inferior a 5%.

Protocolo de dor

A dor é definida como “uma experiência emocional e sensorial desagradável associada ao dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos que sugerem tal dano”. Desta forma, por ser uma experiência multidimensional determinada não apenas pelo estímulo gerador da dor, mas também por fatores fisiológicos, psicológicos e ambientais, trata-se de uma experiência pessoal sendo difícil de mensuração.
Com efeito, seu controle adequado promove melhores resultados cirúrgicos e baixa incidência de sintomas psicológicos negativos, como ansiedade, desespero, diminuição da motivação e alterações no sono.
Logo, nosso protocolo tem como objetivo identificar a etiologia da dor e compreender a experiência sensorial da criança e/ou adulto, implementando o manejo ideal para obtenção de êxito no tratamento ao garantir uma analgesia adequada que promova melhor segurança e qualidade na assistência ao paciente. Além disso, visamos estabelecer um padrão para as rotinas e condutas multiprofissionais nos casos de dor.

Protocolo de controle glicêmico

O diabetes melito (DM) é uma doença caracterizada por metabolismo anormal dos carboidratos que cursa com hiperglicemia, levando a disfunção orgânica. Nos pacientes cirúrgicos, a presença de diabetes ou hiperglicemia associa-se a aumento da morbimortalidade, chegando à taxa de mortalidade perioperatório até 50% maior comparado a população não diabética. 

Nesses casos é necessário uma avaliação para garantir segurança e prever possíveis desajustes no período perioperatório. O manejo neste período, especialmente o tratamento medicamentoso, deve ser ajustado conforme o paciente e as características do procedimento cirúrgico (tipo e duração).

Objetivando garantir um tratamento homogêneo, seguro e de qualidade para manejo clínico desses pacientes criamos nosso protocolo de controle glicêmico.

Resumo do protocolo de registro seguro

O Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Resolução n.º 1.638/02, define prontuário como “documento único, constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registrados, gerados a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”. 

Por oportuno, diante da importância do prontuário para organização e avanço dos nossos processos, a DGJR, com o objetivo de promover a melhoria do registro e identificação de falhas no processo, desenvolveu este protocolo focado em ações, com abordagem individualizada de cada profissional baseadas no registro das informações.

Protocolo de anestesia segura

A anestesiologia é a especialidade médica que estuda e proporciona ausência ou alívio da dor e outras sensações do paciente durante todo o período perioperatório. Considera-se que o procedimento anestésico inclui a avaliação pré-anestésica, a anestesia propriamente dita, o período pós-operatório e de recuperação anestésica, bem como a analgesia pós-operatória.

Nota-se que o tipo de anestesia escolhida pelo anestesiologista é influenciada por vários fatores, sejam eles relacionados ao procedimento, ao paciente, à equipe cirúrgica ou à instituição. Não obstante, em alguns casos atualmente, conta-se ainda com a participação direta do próprio paciente, que vem se tornando cada vez mais atuante no processo de tratamento, de modo a estimular as ações de autocuidado. 

 Portanto, nosso protocolo de anestesia segura tem como objetivo nortear os anestesiologistas com relação às melhores práticas relacionadas ao ato anestésico, padronizando suas condutas durante o procedimento anestésico-cirúrgico, seja nos procedimentos eletivos, ambulatoriais, de urgência ou emergência.