A anestesia em pacientes diabéticos requer uma avaliação pré-operatória detalhada para investigação de lesões em órgãos-alvo – já que se trata de uma doença que afeta vários órgãos, provocando alterações nos sistemas renal, cardiovascular, osteoarticular, neurológico, imunológico, dentre outros. Isso quer dizer que a equipe anestésica de pacientes diabéticos precisa redobrar os cuidados antes de tomar as decisões do perioperatório.
O Diabetes é a segunda causa de doença renal crônica no Brasil e a primeira no mundo.
Suas complicações aparecem quando a pessoa “relaxa” nos cuidados com a glicemia e os rins param de funcionar de forma lenta e progressiva. Isso acarreta um maior risco de morte por insuficiência renal do que em pessoas que não apresentam a doença.
O Diabetes é também a principal causa de neuropatia periférica – sensação de dormência, fraqueza e dor em pés e mãos, bem como redução da sensibilidade protetora nos membros inferiores. Nesses pacientes, o cuidado com o posicionamento do paciente durante a cirurgia deve ser maior. Além disso, é necessário por parte da equipe médica extrema cautela na dosagem e concentrações de anestésicos locais nas anestesias regionais para evitar maiores lesões. Daí a importância de uma equipe anestésica tão confiável e competente quanto a cirúrgica.
Com relação ao sistema cardiovascular, destaca-se o risco aumentado de hipertensão arterial, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico devido ao fato do diabetes acelerar o processo de acúmulo de gordura no interior das artérias.
Planejar o controle do diabetes nas fases pré-operatória, intraoperatória e pós-operatória, levando sempre em consideração o tamanho e a dificuldade da cirurgia é fundamental. É desejável que o paciente faça sempre um controle da sua glicemia com uma alimentação adequada e com a prática de exercícios físicos, não somente para a realização de uma cirurgia específica.
Colaboração Dra. Agnes Jansen – CRM 195.153
fotos: Dra. Agnes Jansen (maior), jcomp/freepik (menor)
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