Existem várias dúvidas relacionadas ao processo de doação de sangue e a maior parte delas são geradas por ruídos de comunicação, histórias que se espalham de maneira viral e que, como num telefone sem fio, vão se modificando cada vez que uma pessoa conta para a outra. Uma dúvida recorrente entre as pessoas que estão interessadas em doar sangue (mesmo que já sejam doadoras costumeiras) é se o fato de terem recebido uma anestesia recentemente as impede de serem doadoras. Essa dúvida ocorre tanto em virtude das limitações físicas de alguém que passou por um procedimento cirúrgico como na possibilidade de que resíduos da anestesia possam ser transmitidos ao receptor através do sangue. Afinal, quem tomou anestesia, pode doar sangue? Sim, mas não existe um consenso sobre quanto tempo após o procedimento o paciente está autorizado a doar sangue. Pensando pelo lado do pós-operatório, uma anestesia peridural é muito diferente de uma anestesia local de um procedimento odontológico, por exemplo. Isso precisa ser levado em consideração. É preciso levar mais em consideração o porte da cirurgia que foi realizada, do que a anestesia propriamente dita, que a pessoa recebeu. E sob o prisma do doador, é importante sempre lembrar que independentemente de ter sido anestesiado, ou passado por qualquer tipo de intervenção, o seu bem-estar psico-físico é o mais importante na hora de doar.
Do ponto de vista dos anestésicos atuais, são drogas muito seguras com eliminação pelo organismo após algumas horas do procedimento. Levando-se em consideração que o doador frequente precisa ter um intervalo de 3 meses entre uma doação e outra, o tempo de recuperação de um procedimento cirúrgico deixa claro que a anestesia não será um fator limitante para doação.
Quem tomou anestesia pode doar sangue? Pode, geralmente após 30 dias da realização da cirurgia/procedimento, mas desde que observe alguns critérios. Há outros fatores que podem impedi-lo de doar e que você deve observar. Em geral, o prazo de abstinência para doação é de:
2 meses: homens, após uma doação de sangue. Esse período deve ser ampliado para 16 semanas se houve doação dupla de hemácias por aférese;
3 meses: mulheres, após uma doação de sangue. Esse período deve ser ampliado para 24 semanas se houve doação dupla de hemácias por aférese e após parto normal ou abortamento. Homem ou mulher: se foi submetido a apendicectomia, hemorroidectomia, hernioplastia, ressecção de varizes, amigdalectomia.
6 a 12 meses: se foi submetido a uma cirurgia de médio ou grande porte como por exemplo: colecistectomia, histerectomia, tireoidectomia, colectomia, esplenectomia pós trauma, nefrectomia etc.;
após a cura de toxoplasmose comprovada laboratorialmente, qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia etc), se fez piercing (se piercing na cavidade oral ou genital, devido ao risco permanente de infecção, implica em inaptidão por 12 meses após a retirada), se contraiu Febre Amarela – aguardar 6 meses após recuperação completa (clínica e laboratorial).
12 meses: se recebeu uma transfusão de sangue, plasma, plaquetas ou hemoderivados, se recebeu enxerto de pele.
Doar sangue é um ato seguro e descomplicado de amor ao próximo e solidariedade. Se você não é doador, procure um posto de coleta mais próximo e informe-se. Fique tranquilo: você passará por uma triagem antes da doação, o material usado para a extração do sangue é 100% descartável e não existe qualquer possibilidade de contaminhação para o doador. Após a doação, você deverá se hidratar e alimentar bem, evitar exercícios e movimentos bruscos por algumas horas e, antes que você imagine, terá salvado a vida de uma ou mais pessoas.
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