A DG Medicina Perioperatória realiza esporadicamente em seu perfil do Instagram algumas enquetes, tanto com profissionais da área da saúde como com o público em geral. O objetivo dessa “pesquisa” é entender como a anestesia é percebida pela população.
Uma destas enquetes dizia respeito ao potencial efeito anestésico do álcool e outras drogas. Das pessoas que responderam à pesquisa, 25% acreditam que sim, o álcool tem efeito anestésico. Não é bem verdade. A questão é complexa, e precisa ser exposta de maneira mais clara. Isso porque a ingestão de bebidas alcoólicas em doses tóxicas pode criar um certo grau de amnésia, mas não suficiente para uma anestesia de fato, pois falta-lhe o componente analgésico. Segundo o anestesiologista Dr. Anderson Marui,
“Em doses tóxicas, muito altas, a bebida alcoólica pode causar o estado de ‘coma etílico’, com rebaixamento tão grande das funções cerebrais, que pode levar até a morte, passando por um estado muito próximo ao de anestesia para procedimentos menores”.
Em procedimentos pré-operatórios sempre se orienta aos pacientes não consumirem álcool e outras drogas pelo menos 3 dias antes da cirurgia e, com relação ao tabagismo, o ideal seriam 8 semanas (caso o paciente não se sinta apto, o ideal é suspender de 12 a 24 horas antes da cirurgia). Portanto, a utilização do álcool antes de cirurgias não é desejável, e sim perigosa!
Quando se trata de cirurgias de urgência, como as ocasionadas por acidentes automobilísticos, quedas, ferimentos por armas, agressões, é frequente a situação de embriaguez e/ou utilização de entorpecentes.
Nestes casos, é necessário, por parte do médico anestesista, grande perícia com relação à dosagem dos fármacos que serão administrados, além das dificuldades de controle da perda sanguínea, das alterações metabólicas e nível de acidez do sangue, da função de órgãos diretamente afetados, das alterações do sistema de coagulação, da temperatura, do controle da resposta inflamatória e prevenção de infecção, da integridade do sistema nervoso e sequelas pós-traumáticas, entre outros.
No próximo artigo, falaremos sobre outros questionamentos dos pacientes com relação ao uso da anestesia em procedimentos cirúrgicos. Fique ligado!
DG Medicina Perioperatória
foto maior: senivpetro / Freepik – foto menor: GoaShape / Unsplash
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